segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Reflexões sobre o Natal e o Ano Novo
O Natal está chegando, e com ele vem os sentimentos que esta data provoca em todos nós. É difícil ficar indiferente às festas do final do ano: ora as pessoas amam, ora odeiam, e o sentimento que elas apresentam dependem da situação familiar, normalmente delineada desde a infância. Em quem vem de famílias integradas, aquelas cujos integrantes compartilham um genuíno sentimento de fraternidade e trabalham pelo prazer de estar juntos, o Natal é uma data adorada, pois é o momento de repetir as reuniões normalmente gozosas. Já para quem vem de famílias sem integração, ou daquelas onde imperam a hipocrisia e a falsidade, esta época do ano é odiada, pois mais uma vez chega o momento de repetir a “peça de teatro” com trama ruim. Ou então é um momento de solidão ou de lembranças ruins. As pessoas que estão nesta situação de encarar o Natal como uma época desfavorável devem pensar no Natal como a celebração do aniversário de Jesus Cristo.
Quanto ao Ano Novo, é curioso como as pessoas depositam em uma simples mudança de calendário todas as expectativas de que as coisas mudarão para melhor, e coisa e tal, como se uma mágica se operasse nesta ocasião. Na verdade, o ano muda e tudo continua a mesma coisa. No caso da virada de 2014 para 2015, a expectativa é a de que 2015 será um ano ainda mais difícil. As pessoas que ficam neste frisson de virada de ano desta vez não deveriam ter tanta pressa para que ela acontecesse, pois. Os votos neste réveillon deveriam se reduzir ao desejo de ter saúde para aguentar o que vier, pois este é um bem realmente precioso.
domingo, 14 de dezembro de 2014
Laís Souza
Ontem, deu tempo de ver pela TV a matéria exibida no programa do Luciano Huck sobre o retorno da Laís Souza do Brasiil e a sua situação atual. Seu aniversário foi comemorado hoje no programa, mas deu para perceber a cara de tristeza da ex-atleta e dos convidados, seus ex-colegas de ginástica oliímpica. A única mais animadinha era a Daiane dos Santos. Realmente, é triste. Devia ser a primeira vez que eles estavam vendo a ex-colega depois do acidente que a deixou paralisada do pescoço para baixo, aos 25 anos. A fala da Laís, frisando que a única vantagem de sua condição era a de poder tatuar o corpo todo, caso desejasse, pois não sentiria dor nenhuma, também foi muito comovente (ela mostrou duas tatuagens que fez recentemente, numa das pernas e num dos braços). Ela sobrevive com uma pensão do COB, que custeou o seu tratamento nos EUA, e pede doações em um site. Luciano Huck, que tem muito dinheiro e poderia doar bastante, ficou de dar um carro adaptado para ela, que provavelmente continuará o tratamento na rede Sarah Kubitschek. Mas aqui no Brasil é tudo muito mais complicado. E, mesmo em países mais adiantados, como os EUA, a evolução no tratamento dos tetraplégicos também é muito lenta. Laís disse que sente um pouco as mãos, a barriga e os pés, depois de quase um ano de tratamento.
Espero que tenham aprendido a lição e percebido que não dá para migrar adequadamente uma atleta de uma modalidade para outra sem tradição no Brasil, e de modo rápido. Deu no que deu. Creio em que deveria haver uma sondagem, desde a mais tenra idade, a respeito de atletas brasileiros que se interessassem por esportes de inverno, a fim de começar a investir pesado neles, inclusive levando-os para morar nos países de frio e para treinar pesado lá por bastante tempo antes de que fossem inscritos em olimpíadas de inverno.
domingo, 26 de outubro de 2014
E acabaram as eleições, enfim!
Felizmente acabou este processo eleitoral. Já estavam muito chatos a baixaria e o clima beligerante predominantes. Mas as seções eleitorais estavam tranquilas quando fui votar, num clima bem diferente daquele do primeiro turno. Estou tranquila com a minha consciência, pois sei que não dá para confiar nos políticos brasileiros, mais preocupados em se dar bem e em cuidar dos seus próprios interesses e daqueles de seus apaniguados do que em cuidar do país. Votei nos candidatos que considerava os menos insuportáveis, não naqueles que considerava melhores. Entre anular o voto e votar em alguém que pudesse barrar o insuportável, escolhi a segunda opção. Votei no Pezão, por achar muito perigosa a mistura entre política e religião que o Crivella representava, ainda mais com uma religião cheia de gente metida em escândalos e ávida por riquezas materiais. E votei no Aécio por já estar cansada do PT e de toda a corrupção e os desmandos e o "baixo nível" generalizado que ele trouxe. Mas a maior parte do eleitorado, por uma pequena margem, é verdade, votou na Dilma, e ela foi reeleita. Isto comprova que a maior parte do Brasil quer ser tutelada, amparada por programas sociais, e nem está aí para inflação, corrupção e economia estagnada. O país tem muito o que amadurecer ainda até que as pessoas saibam gerir a vida por elas próprias, e não tuteladas por governos assistencialistas.
Os políticos são geralmente cheios de si, com a arrogância no máximo. Mas, se Dilma conseguir enxergar um pouco além deste patamar, compreenderá que boa parte do eleitorado não endossa o seu governo, e que, por isto, seria prudente que ela mudasse os rumos no segundo mandato.
Nem sei mais o que dizer. Espero que Deus nos proteja, se ele tiver um tempinho para olhar pelo Brasil.
domingo, 19 de outubro de 2014
Esquisitices de Las Vegas
Em setembro, estive em Las Vegas, USA, e, além de ter me divertido nos hotéis temáticos e na observação de cassinos, que existem em todos os lugares, inclusive já no aeroporto, observei certas tipicidades da cidade.
A presença marcante de muitos orientais (japoneses, chineses, filipinos, tailandeses e etc), apesar de saber que eles ganharam o mundo. As garotas pareciam ser prostitutas, em seu estilo periguete total, e eram bem bonitas. Quanto aos homens, tinham aquela afoiteza típica, que assusta a quem acha que os japoneses, por exemplo, são corretos por todo o tempo. Podem sê-lo em seu país natal, onde tudo é controlado, mas, fora dali, alopram.
Os mendigos usavam cartazes onde punham os seus pedidos. Já causa espécie a presença deles numa cidade como Las Vegas, onde a opulência parece reinar. Mas este fato deve ser o reflexo do empobrecimento causado pela crise econômica generalizada. Alguns alegavam estar sem casa. Mas outros, descaradamente, pediam bebida mesmo, não se preocupando em ocultar a sua condição de alcóolatras.
Percebi que o periguetismo não é um fenômeno tipicamente brasileiro. Como o latino tem fama de ser caliente e sexualmente desperto sempre, achava que era só por aqui que as garotas circulavam com os vestidos decotados, colados aos corpos e no estilo "acabou a bunda, acabou a saia", e sapatos de saltos altíssimos. Esta moda se encontra globalizada, assim como o desconforto de algumas com os sapatos no estilo Loubotin e Jimmy Choo; estas menos preparadas andavam descalças, carregando os sapatos nas mãos.
Outro fenômeno presente em Las Vegas foi a presença de gente muito tatuada. Como estava calor por lá, havia muita gente com pele a mostra, e, consequentemente, exibindo enormes tatoos. Um casal na piscina do hotel estava totalmente tatuado a partir do pescoço até os pés, e com tatuagens que exigiram muita tinta. Não sei se os muito tatuados do Brasil copiam os de Las Vegas, ou se o movimento é em sentido contrário.
Por fim, me impressionei com os cabelos lindos das mulheres brancas, mestiças e negras. Pareciam apliques, de tão sedosos, brilhantes e com aparência de bem tratados. As pontas frequentemente são impecavelmente viradas, trabalhadas numa espécie de baby liss com efeito permanente, e com um efeito mais natural do que o liso forçado da escova tradicional.
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Eleições
Impressiona como no Brasil o voto está acima de tudo. Só não é levada em conta a educação, para que o eleitor compreenda o processo eleitoral e vote conscientemente. Além da coação que representa o voto obrigatório, há o absurdo que uma lei da época da ditadura militar impõe. Ao determinar que ninguém pode ser preso em até cinco dias antes e em até dois dias depois do pleito, salvo em flagrante delito, esta lei abre uma janela de uma semana de liberdade para a bandidagem em geral. A sociedade e a criminalidade atuais são diferentes daquelas dos amos 60. Os bandidos sabem aproveitar com perfeição este período de liberdade de atuação.
Tudo aqui é direcionado para as eleições. Os meios de comunicação enfatizam as penalidades para quem não vota ou justifica a ausência, e não esclarecem o que representa o voto nulo e em branco, conduta que favorece o sistema. Tudo isto tensiona o processo, e o faz ficar violento e coercitivo. É a máxima violência do Estado contra a população para que se perpetue tudo o que está aí, com as mesmas figuras e seus continuadores tirando proveito próprio das riquezas do Brasil e mantendo a população na ignorância e nas habituais privações. Ê triste e revoltante.
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Tragédias de 2014, Mais uma Parte
Este ano de 2014 não está sendo fácil em matéria de perdas. Muitas delas. trágicas, como as de Robin Williams, que se suicidou vítima de depressão, da dependência de álcool e cocaína, e, hoje foi revelado, Mal de Parkinson em estágio inicial, e a de Eduardo Campos, morto tragicamente em um acidente aéreo que também tirou a vida de mais seis pessoas. Estes acontecimentos trazem a tona a transitoriedade da vida, e a necessidade de aproveitarmos ao máximo o hoje, o agora, pois o amanhã ninguém sabe se chegará. Constatar está precariedade é assustador. Na terça-feira. Eduardo foi entrevistado pelo Jornal Nacional e, no fim da noite, pelo canal GloboNews. Lembro de ter desligado a TV durante está última entrevista, já às onze da noite, pois precisava ir dormir. Observei a imagem do Eduardo se apagando enquanto a tela escurecia. E, no dia seguinte, ele se apagou mesmo, e para sempre, sem chances de religamento. São muito tristes estes acontecimentos trágicos, tanto o acidente que vitimou Eduardo Campos quanto o desespero que levou Robin Williams a se suicidar. A que ponto chega uma pessoa para fazer isto? A vida para ele se tornou insuportável, pois a depressão é a negação da própria vida como ela é.
Devemos nos acautelar com 2014 e as surpresas que ainda nos reserva. Tomara que a cota de negatividade já tenha se esgotado. Precisamos ser otimistas, sempre!
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Perdas literárias de julho
Neste mês de julho que ora finda, o Brasil perdeu dois escritores de monta: João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna. Acompanhei melhor o trabalho do primeiro. Li alguns de seus livros, e gostei deles. De Ariano, na verdade, jamais li obra literária alguma. Surpreendeu-me, porém, como a sua morte foi pranteada no Recife. Concluí que era uma personalidade querida por lá. E tive uma boa impressão dele.
Mas esta boa impressão se esvaneceu com uma entrevista que o Fantástico do último domingo exibiu. Nesta entrevista, feita há aproximadamente quatro anos, Ariano detona Michael Jackson, Madonna e a estátua da Liberdade. Chega à infelicidade de chamar o Michael de "lixo cultural". Era um ultranacionalista, concluí. Trata-se de mais uma figura extremada, e nenhum extremo é bom. Os extremos nos enchem de preconceitos, nos fazem cegos a outras realidades e outras culturas. E, por supostamente representarem trincheiras defensoras de uma (frágil) cultura nacional, são figuras que proliferam em países colonizados como o Brasil. Felizmente não sou assim! Amo ter abertura para conhecer outros modos de ver o mundo.
domingo, 20 de julho de 2014
A Copa do Mundo no Brasil
Já passou uma semana desde o fim da Copa do Mundo no Brasil, e ainda estou saudosa destes dias de eventos. Aproveitei-os do jeito como deu, pois não sei se terei oportunidade de viver outra Copa no Brasil. Adorei o clima mais cosmopolita do que o normal que se instalou em Copacabana, com pessoas das mais variadas partes do mundo presentes, fazendo festa. A diversidade humana é algo fascinante. Fui três vezes ao Fifa Fan Festa, mas o mais interessante foi mesmo andar pelo calçadão. Adorei ver os jogos, embora tenha achado os do Brasil os mais feios, por serem faltosos demais. Agora, entendo que foi o esquema tático adotado que favoreceu esta condição. Conheci a aprendi a admirar o futebol de outras seleções, como o da campeã Alemanha, o da Holanda, o da Costa Rica, o da Colômbia, o do México, dentre outros. Adorei o clima de festa, de alegria. Nem o retumbante fiasco brasileiro me tirou totalmente o ânimo. E nem as poucas perspectivas de mudanças e melhoras no panorama (ainda mais com o Dunga agora de volta ao comando técnico da Seleção) me desanimaram. Agora, é voltar a encarar as chatices da vida cotidiana, ainda mais com eleições à frente, com ânimo renovado.
terça-feira, 8 de julho de 2014
A derrota do Brasil na Copa 2014
O jogo Brasil X Alemanha de hoje foi catastrófico, pois o Brasil perdeu de 7 a 1, e agora só vai disputar o 3o. lugar no sábado. A Alemanha fez a parte dela, mostrou que é uma grande seleção, que joga limpo, que joga sério, que faz valer o dinheiro que os jogadores ganham e que o público pagante deixa para assistir aos jogos. O abalo emocional desta seleção brasileira era muito marcante, e a seleção alemã, ao contrário, estava com a racionalidade em dia. O problema desta derrota é o vexame, devido à paralisia que afetou a seleção brasileira, e que deveria fazer o Brasil passar o futebol a limpo, pois uma das lições desta Copa é a de que não há mais inocentes no futebol. O futebol brasileiro está muito faltoso, feio de ser visto. A Alemanha, por exemplo, é uma equipe que poucas faltas faz. Eles não são frios; são simpáticos, mas focados, centrados em seu objetivo de serem campeões. Correm o agradável risco de serem campeões, e talvez eu até torça por eles neste Copa. A outra chance é a de que eu torça pela Holanda, se passar amanhã. Mas, pela Argentina, jamais. Não dá, mesmo pensando na questão geopolítica de serem latino americanos, mesmo lembrando de que fui duas vezes a Buenos Aires etc e tal. Simplesmente não rola.
domingo, 6 de julho de 2014
O que faz as pessoas seram ladras?
Refleti sobre o que faz as pessoas serem ladras, ainda mais as crianças, depois de uma experiência de quase furto a que assisti no final de semana. É certo que a oportunidade faz o ladrão. É certo, também, que vivemos numa sociedade desigual em que há muita gente pobre e muito apelo ao consumismo, mas também se furta, por exemplo, muito iPhone em Nova Iorque, aonde não há tanta disparidade social e tanta pobreza quanto há aqui no Brasil. E também há ladrões comuns de classe média e até de classe alta. Ou seja: o fato de pertencer a uma classe social desfavorecida não é um fator determinante para que a pessoa roube. Parece que existe uma adrenalina em furtar e/ou roubar que faz bem a certas pessoas que nem precisam disto para ter as coisas. E no Brasil existem os roubos em larga escala, a começar pelos perpetrados pelos homens públicos, que roubam milhões em dinheiro público. Tais roubos são muito piores do que o furto de um iPhone, por exemplo.
A contusão do Neymar na Copa 2014
E veio, nesta Copa, a contusão do Neymar, numa entrada violenta de um jogador colombiano, Zuniga, que deu uma joelhada no brasileiro. Uma vértebra do Neymar foi lesionada, e ele está fora da Copa do Mundo, pois ficará algumas semanas se repouso para consolidar a fratura. A FIFA tem que começar uma campanha para diminuir a violência nos jogos, assim como começou hoje uma campanha contra o racismo no futebol. Só se fala nesta contusão do Neymar e nos prejuízos que ela poderá trazer à seleção brasileira. Ele ficará bom, com certeza, pois está sendo bem tratado, e não terá sequelas, e poderá voltar a jogar futebol. Mas, e a moça que morreu na queda do viaduto em BH? E o homem que morreu no mesmo acidente? E as pessoas que se machucam trabalhando e ficam incapacitadas para o trabalho? Poucos choram por elas, fora parentes e amigos. São as contradições da vida.
sábado, 28 de junho de 2014
Modas da Copa 2014
Esta Copa está inventando moda demais. São muitos cortes moicanos (que já deram o que tinham que dar, na minha opinião, e poderiam ter sido substituídos por alguma moda nova), chutarias coloridas, tatuagens, camisetas tecnológicas e coladinhas aos corpos bem torneados dos atletas, para o deleite feminino. Pena que a maioria das seleções africanas já foi eliminada da Copa, pois os atletas negros mostraram físicos invejáveis.
Suarez 02
Que decepção a atitude do Suarez de morder um jogador italiano! Como pode ele, de um jogo para outro, se estragar tanto? O pior de tudo foi o fato dele ter considerado uma atitude normal. E não foi a primeira vez que ele deu uma de cão raivoso, mas sim a terceira. Não havia como ele não ser punido. Caso contrário, a FIFA permitiria que outros atletas tomassem a mesma atitude. E a punição veio, e foi até severa demais: nove jogos oficiais fora, e quatro meses banido do futebol. Certamente a reincidência, no caso a “tri-incidëncia”, pesou muito nesta punição. Suarez deveria aproveitar este tempo livre para se tratar, pois não e normal uma pessoa que ache normal morder os outros. Ele pode ter tido uma vida muito difícil que o levou a incorporar esta atitude defensiva, mas precisa absorver que ascendeu, é um atleta conhecido, e morder as pessoas não é uma atitude normal de um ser humano, menos ainda de alguém como ele que é atualmente uma pessoa pública.
Torço por sua recuperação, e para que ele tire lições importantes deste episódio.
sexta-feira, 20 de junho de 2014
A Superação de Luis Suarez
Emocionantes as histórias do atleta Luis Suarez e de seu preparador físico para esta Copa do Mundo. O atleta Suarez precisou se submeter a uma artroscopia às vésperas do início da competição, no final da temporada europeia. O seu tempo de recuperação seria de sessenta dias, o que o deixaria de fora do torneio. Mas ele conseguiu voltar a jogar em menos de trinta dias, e, ainda por cima, fez os dois gols necessários para que a seleção do Uruguai conquistasse a vitória no jogo de ontem contra a Inglaterra. Isto explica porque ele chorou após cada gol, e também o porquê dele ter chorado ao final do jogo e ter sido tão festejado pelos colegas. Mas ele creditou a maior parte da responsabilidade pela sua rápida recuperação ao trabalho de seu preparador físico, que, por sua vez, luta contra um câncer, mas não gosta de falar muito a respeito. O preparador chegou a receber recomendações médicas de não vir ao Brasil trabalhar na Copa, mas as ignorou, principalmente por desejar ajudar na recuperação do Suarez. E tudo deu certo para ele também! Sao histórias bonitas, numa era de tantas tramas ruins e trágicas, e que servem para nos trazer alívio, nos fazer sentir bem, nos fazer recuperar a fé na humanidade.
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Mediocridade da cultura brasileira atual
Segundo uma teoria com a qual concordo, as vaias dirigidas à Presidente Dilma Rousseff, entremeadas com palavrões, foram desrespeitosas com o cargo que ela ocupa e com o evento de repercussão mundial em que aconteceram (a abertura da Copa do Mundo). Nem sou partidária dela, mas concordo com isto. Seria contra este tipo de tratamento a qualquer um que estivesse no lugar da Dilma. Os palavrões são uma amostra da boçalidade que inunda a cultura brasileira contemporânea. Seja entre os mais jovens ou os mais velhos, entre homens e mulheres, entre pessoas cultas e iletrados, o palavrão se tornou uma banalidade. É este o nível de nossa sociedade atual.
Outro reflexo do baixo nível de nossa sociedade foi por mim vislumbrado ontem. Há muito tempo não sintonizava o programa da Luciana Gimenez, e ontem passei pela Rede TV e decidi reviver experiências há algum tempo não vividas. O assunto em debate eram as Marias Chuteiras. A entrevistada principal da noite era a Patrícia Jordane, capa da "Playboy" mais recente e que diz ter tido um caso com o Neymar. O jogador nega, e cogita processar a revista. A promessa era a Patrícia fazer revelações sobre Neymar. Havia outras entrevistadas, e a única por mim conhecida era a Renata Frisson, mais conhecida como Mulher Melão. Ela teve que ouvir de um dos debatedores que teve que sair da Barra e voltar a morar na Vila Valqueire por um período devido ao fato de um jogador de futebol ter parado de sustentá-la.
E surgiu a tal da Dani Sperle, com dicas para quem deseja se tornar uma Maria Chuteira. A primeira delas era a de cuidar bem dos cabelos e das unhas. A outra, inevitável era: usar roupas bem provocantes. Mais uma: saber quais boates e pagodes os jogadores alvos frequentam, e tratar de ir para lá. Outra: não falar de futebol com os jogadores. Falar de cinema, teatro, alguma festa que esteja rolando, mas de futebol, nunca. Não esquecer de obter o What's App do jogador, para manter contato, e nem de tirar foto com ele para mostrar para as amigas e provar que esteve com o dito cujo.
Foi baixo nível demais para mim. Tratei de desligar a TV e de pegar um livro antes de ir dormir. Melhor recordar um pouquinho de NY lendo "O Guia de NY", do Pedro Andrade, do que entupir-me de cultura inútil.
Reflexões interessantes sobre a solidão
Segundo o sociólogo alemão Norbert Elias, as pessoas preferem ficar sozinhas porque se sentem cada vez com menos coisas em comum com as demais. O sentimento de ter que se unir para superar as adversidades foi superado pelo tempo e pelas sucessivas invenções que individualizaram os outrora membros de grupos. As pessoas se tornaram muito diferentes e a sociedade passou a ser vista como uma massa que nos reprime e não nos compreende. Tendemos a nos ver como uma coisa separada, existindo sem relação com outras pessoas. Achamos que nós tornamos tão únicos que ninguém nos entenderá. Esta é uma sensação recorrente na vida de Eliana, e ela agora percebe que possui um fundamento teórico.
Estar sozinho não significa viver isolado, e sim ter o seu ponto de aconchego, o seu espaço de conforto, individuação e independência. Quando desejamos estar com os amigos ou um parceiro afetivo, podemos procurá-los. Quando desejamos circular, ver e sermos vistos, é só circular por aí.
Mas, para se dar bem sozinho, é necessário gostar da própria companhia, que é a única com que poderemos contar por toda a vida. Por incrível que possa parecer, há muita gente que não gosta da sua própria companhia.
Mas, para se dar bem sozinho, é necessário gostar da própria companhia, que é a única com que poderemos contar por toda a vida. Por incrível que possa parecer, há muita gente que não gosta da sua própria companhia.
quinta-feira, 12 de junho de 2014
Copa do Mundo
E começou a Copa do Mundo. Sou a favor dela, como evento esportivo de monta que é. Não sou partidária destes movimentos anti-Copa. Os problemas do Brasil já existiam antes da Copa. Na verdade, são 514 anos de problemas, desde o Descobrimento. Antes da Copa os trabalhadores já ganhavam mal, a corrupção já grassava no país, a educação e a saúde eram horríveis, a segurança, idem. A Copa não tem culpa destes problemas. Os protestos deveriam ter ocorrido quando o Brasil se candidatou a sediar uma Copa. Qualquer cabeça pensante sabia que o país não reunia condições para tanto. Mas à época todos comemoraram fervorosamente. O país entrou no fogo. Agora, é fazer uma Copa boa, e receber bem os estrangeiros que vêm aqui para assistir aos jogos. É uma questão de compromisso, responsabilidade e imagem. Um fracasso retumbante na organização da Copa e na recepção dos estrangeiros não trará benefício algum ao Brasil. E, uma vez arranhada a imagem, não mais há retorno. Os turistas não voltarão mais aqui, por exemplo. E, durante a Copa, as manifestações serão violentamente reprimidas, isto é fato.
O grande lance é torcer pelo Brasil agora, e deixar os protestos para outubro, na hora de votar.
domingo, 11 de maio de 2014
Dia das Mães.
Dia das mães é uma data complicada para Bia. Ela lembra das suas dificuldades de relacionamento com a mãe, de como para ela é árduo mostrar alguma afetividade. Sente-se obrigada a comprar um presente, pois agradar parece ser um dever capital. Ela constata que não é mãe, e que talvez possa vir a se arrepender não só de não ter tido um filho, mas também por não ter corrido atrás de um parceiro pela vida toda afora. As datas comemorativas de família sempre foram complicadas para ela, por fazerem vir a tona as diferenças com a família. Mesmo levando em conta o comercialismo das datas do gênero, é difícil.
quinta-feira, 1 de maio de 2014
Vinte Anos Sem Ayrton Senna
Há exatos vinte anos lembro-me exatamente do que fazia e o que senti quando soube da morte de Ayrton Senna. Lembro também exatamente do estado de choque de todos no dia seguinte, numa sala de aula do curso de Direito da UGF, e do meu próprio estado de choque neste e nos dias subseqüentes. A lacuna é irreparável, mas criou-se um mito, o de um dos maiores esportistas de todos os tempos, uma pessoa que serve até hoje como um exemplo de superação, empenho, determinação. São exemplos de valor num país tão repleto de más condutas Viva Ayrton Senna!
domingo, 27 de abril de 2014
Violência
Os últimos acontecimentos são estarrecedores em matéria de violência pelo Brasil afora. Analisando os episódios, é perceptível que algumas mortes são mais badaladas do que outras. Por quê isto acontece? Será porque servem de estopim para certos debates políticos e ideológicos, do gênero: quem é mais bandido, a polícia ou os bandidos? Surgem daí dois pontos de vista. A polícia é sempre cruel e os alvos, geralmente de comunidades pobres, são uns santos. Ou, o ponto de vista oposto: a polícia tem que atirar mesmo porque em comunidade só tem bandidos. É um caso para reflexão! O caso do professor de educação física morto num ônibus, e que não é o primeiro na mesma linha, passou despercebido ante as mortes de Amarildo e do dançarino DG. Mas não é menos revoltante. Quantas mortes mais serão necessárias na linha 2336 para que algo seja feito? Como o professor não era um global que nem o dançarino, sua morte mal foi noticiada, e aparentemente não houve indignação alguma, quando é um fato que pode atingir a muita gente, pois boa parte da população anda de ônibus pela cidade. Todas estas mortes têm que ser apuradas e todas as pessoas envolvidas, incluindo as vítimas, precisam ter as suas vidas e motivações analisadas.
domingo, 20 de abril de 2014
Problemas de relacionamento
Tati pensou em como, desde sempre, nunca foi talhada para relacionamentos. Nesta vida, tem como missão testar sua força para ser sozinha, assim como o menino Bernardo, de Passo Fundo, teve como missão sofrer com o desprezo e o desamparo que chegaram ao limite extremo dele ser morto com a ajuda do próprio pai. Tati foi uma adolescente solitária e isolada, e assim permaneceu até que a vida a foi entrosando com as pessoas e ela atingiu o mínimo necessário. Nunca teve saco para praticar estratégias de paquera. Tati olha para os caras e observa os mais interessantes, mas não se atira. Sempre teve problemas de relacionamento. Nunca teve relacionamentos afetivos. Apenas "deu" para os caras para quem quis dar, pois, embora nunca tenha vislumbrado um relacionamento amoroso para si, sempre se apavorou com a idéia de não fazer sexo nunca. Lembrou-se do quanto os homens cafajestes e falastrões a atraem, em detrimento dos mais tímidos, fechados e que podem ser melhores pessoas. Nunca teve faro para escolher homens com maior potencial para serem tidos como "certos".
Nunca teve esperança de conseguir namorar ninguém. E, atualmente, a cada dia que passa, o fiapo de esperança vai se esvaindo mais e mais.
Equívocos na política dos menores
Incrível como no Brasil persiste o apego à idéia de que os filhos tem que ficar com os pais biológicos, mesmo quando eles dai provas inequívocas de desprezo pelos pequenos. No caso atual da morte do garoto de Passo Fundo, Bernardo, ele chegou a pedir ajuda às autoridades e ao MP, sem sucesso, pois o pai prometeu que mudaria, depois de dar provas inequívocas de desprezo. Todos acreditaram que ele ficaria bonzinho de repente. Acredita-se em milagres com muita freqüência, mas nem sempre eles acontecem. Desde quando o maltrato dos pais é caracterizado apenas pelas agressões físicas? O menino em questão não apanhava fisicamente, mas era linchado emocional e moralmente todos os dias. Deu no que deu. Bom seria se servisse de lição para uma mudança cultural e legal nesta questão dos menores no Brasil.
Importância exagerada do futebol
Impressiona-me como as pessoas se mobilizam, opinam, protestam, zombam por causa de futebol, algo que é uma diversão, mas que não influi em nada na nossa vida cotidiana. Não seria tão impressionante se as pessoas agissem da mesma forma com relação à política, por exemplo, que influi diretamente na nossa vida. Seria ótimo se houvesse a mesma mobilização para pedir a cassação de determinado deputado que rouba, ou para exigir que o Congresso vote determinadas leis que estão emperradas há anos. Mas, com relação a isto, o brasileiro dorme cronicamente, tal qual um sedado. Isto é triste!
O futebol continua num nível primitivo porque isto favorece a interesses de quem vive dele. Seria de bom tom que investissem em tecnologia e aperfeiçoamento de pessoal para evitar toda às polêmicas e injustiças que eventualmente ocorrem. Mas parece importante que eles continuem acontecendo, para alimentar o imaginário popular, as polêmicas e as rivalidades.
E, para piorar, há atletas que "se acham" e falam besteiras graves, como o atual goleiro do Flamengo, Felipe, que falou que “roubado é melhor”. Um ótimo exemplo de quem deve ter princípios muito questionáveis mesmo. Parece que a posição e o clube atraem gente deste naipe. Vide o caso do goleiro Bruno. Alguns pedem desculpas, mas o estrago já está feito. Deviam pensar melhor antes de falar!
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Sobre futebol
Flamengo e Botafogo perderam suas partidas na Copa Libertadores, e foram eliminados ainda na primeira fase. Foi uma vergonha brasileira em geral, e carioca em particular. Lamentei muito pelo Botafogo, e nada pelo Flamengo. Sua torcida é tão doente e faz tão pouco caso das outras que, quando o Flamengo perde, todos os que não gostam da torcida celebram. No Rio as torcidas se dividem entre flamenguistas e anti-flamenguistas. E estas se dividem em botafoguenses, tricolores e vascaínos. As pessoas gastam muito dinheiro, se arriscam a celebrar ou a sofrer com o resultado, padecem no caminho para o estádio e o inverso, e nem assim desistem de assistir ao vivo aos jogos. Aceitam docilmente o pão e o circo que os governos lhes oferecem, e é assim desde a Roma Antiga, com suas corridas de bigas e lutas de gladiadores. Todos os povos precisam disto. Piores são aqueles que brigam, matam e morrem por conta de futebol. Os clubes e jogadores permanecem por aí, encarando tudo com naturalidade. É só mais um jogo e mais um campeonato que se foram. E ainda há os que não enxergam os defeitos de seus times, de tão cegos e fanatizados que são. É preocupante o estado em que estas pessoas permanecem, assim como é o estado daquelas que ficam com o racional quase que totalmemte aniquilado. Elas se emocionam demais, ficam tristes ou alegres em demasia. Não é compreensível uma pessoa ficar assim.
sábado, 5 de abril de 2014
Até mais, José Wilker!
Passei o dia entristecida com a morte do José Wilker. A morte é sempre algo que nos abala. Uma morte repentina e totalmente inesperada como a dele nos choca profundamente. Por mais que tentemos nos consolar com pensamentos do tipo: "não sofreu", ou "era a hora dele", ou "a vida tem os seus mistérios", o consolo só vem depois de algum tempo, pois de início o inconformismo nos domina. Nesta era de celebridades descartáveis, de gente às vezes até bonita, mas sem conteúdo, de gente que só visa o lado financeiro e lucros pessoais a QUALQUER preço, uma pessoa como o José Wilker fará muita falta. Sua partida precoce, aos 66 anos, reforça mais uma vez a impressão de que este planeta é, de fato, um planeta de expiação, de onde muita gente legal parte cedo, e onde muita gente que não presta fica por aqui até uma faixa de idade muito elevada.
José Wilker era polivalente, uma pessoa culta e com uma habilidade enorme de se expressar. Era cínico, bem humorado e transitava por todas as áreas: teatro, cinema, direção. Era popularíssimo, entendia de cinema como poucos. Mas, segundo seu colega e amigo Paulo Betti, fumava e bebia muito, quando se dispunha a praticar estes maus hábitos, e decerto o cigarro em excesso foi um dos desencadeadores do enfarte fulminante que sofreu enquanto dormia nesta madrugada. Triste!
A morte deste artista igualmente nos mostra mais uma vez aquilo que freqüentemente não queremos enxergar: não sabemos até quando estaremos por aqui. Temos que aproveitar o máximo, dentro das nossas possibilidades e respeitando nossas limitações, não deixando para amanhã o que podemos fazer hoje, pois poderá não haver amanhã. Se queremos e podermos fazer, se estamos dispostos a encarar as nossas limitações, então, que façamos logo.
Descanse em paz, José Wilker. Seu exemplo não será esquecido por ninguém que tenha acompanhado a sua trajetória nesta esfera.
domingo, 23 de março de 2014
Entrevista com Joaquim Barbosa
A entrevista com o presidente do STF, Joaquim Barbosa, inaugurando o programa Conexão Roberto D´Ávila, no canal GloboNews, foi boa. Ele reafirmou aquilo que muita gente já sabe: o Brasil é o país dos conchavos e daqueles que se dão bem a custa de amigos poderosos. E reafirmou que abomina tudo isto. A democracia brasileira, admitamos ou não, é uma das dez mais consolidadas do planeta, e merece ser tratada com muita responsabilidade, pois é coisa séria. Disse que não pretende se candidatar às eleições de 2014, mas não descartou a possibilidade de se candidatar no futuro, pois não faz planos. Joaquim detesta dar tapas com luvas de pelica. Prefere dar tapas mesmo, daí a sua agressividade verbal quando algo o desagrada. Porém, disse que não leva nada para o lado pessoal. Disse ser contrário a propostas que demonstrem uma invasão aos outros poderes, como a cassação de um deputado ou a decisão sobre a lei de greve, pois isto afeta a estrutura básica da tripartição dos Poderes. Mas o fato da solução destas questões ter caído no Supremo decorre das lacunas da Constituição da República. Afirmou que a imprensa brasileira contemporânea é muito fixa em pessoas, e não em ideias. Não dá para deixar de lembrar da famigerada imprensa de celebridades, que vive de falar mal de pessoas. Falou bastante a respeito do racismo, que o afetou desde sempre e que domina as relações em todos os níveis. As pessoas não olham o currículo dele, e sim a cor de sua pele. Disse considerar bobagem se reportarem à sua origem pobre para o marcarem como alguém que se esforçou muito e estudou para ascender. No seu modo de ver, a chave para o sucesso está nas pessoas aproveitarem ou não as oportunidades que aparecem, independentemente de serem ricas ou pobres. Ele aproveitou todas as oportunidades. Foi uma criança tímida que apanhava do pai,, como era normal naquele tempo. Desde os catorze anos já se havia decidido pela área jurídica, pois gostava de matérias ligadas a ciências humanas (história, geografia, português, idiomas). E foi rebelde: contrariando o pai, preferiu ir para Brasília em vez de ir para BH. Formou-se pela UNB (onde estudou durante o Regime Militar com militares à porta da sala de aula - e ainda há gente que deseja o retorno da ditadura). Estudou por três anos na Sorbonne, na França. Estudou também na Alemanha e nos EUA. Quantos ricos têm estas oportunidades e não aproveitam? O grande problema do racismo no Brasil passa pela educação, pois ela é negada à maior parte dos negros. Disse que, quando o ex-presidente Lula o chamou para acompanhá-lo em sua primeira viagem oficial à África, recusou porque não é da praxe oficial que o presidente do STF acompanhe o presidente da República em viagens oficiais, e também por observar uma exploração política da sua condição de negro. Segundo Joaquim, é vergonhoso que um país com metade da população negra não tenha um membro da diplomacia desta raça. Isto denota internacionalmente o racismo que prepondera por aqui. Afirmou gostar muito de música. Atualmente, aprecia os clássicos, exceto os dodecafônicos. Mas gosta de música popular e apreciou rock no passado. Entre Beatles e Stones, prefere os dois, e lamenta não ter tempo para apreciar os concertos quando viaja para o exterior, atualmente. O problema de coluna que o castiga fez com que terminasse a entrevista de pé.
Trata-se de uma personalidade que encarna a moral que o brasileiro médio gostaria de ver sendo praticada com mais vigor. Talvez fosse melhor que Joaquim Barbosa nem cogitasse entrar na política, sob pena de ser massacrado pela tal imprensa personalista, que se esmerará em encontrar algum deslize seu para desmoralizá-lo. Fora os políticos e seus métodos imundos. A política brasileira carece de ânimo para quem almeja um país mais sério. Está muito difícil acreditar em pessoas comprometidas com o futuro do pais. Elas até existem, mas isoladamente não conseguem levar adiante as suas boas ideias, pois os velhos hábitos de lucro próprio a qualquer preço se mantém firmes e fortes. Joaquim é uma destas pessoas. Será que gostará de encarar a carreira política para tentar fazer com que o Brasil melhore de outra frente, a do Legislativo? O tempo dirá!
Acidentes possíveis
Em épocas de acidentes com pessoas famosas, as reflexões sempre vêm a tona. Acidentes como o da atriz Ísis Valverde e o da esportista Laís Souza nos fazem pensar sobre a transitoriedade da vida e a importância de estarmos bem conosco mesmos e com o próximo. Ísis está tendo uma recuperação mais difícil do que o esperado, mas a tendência é que recupere plenamente o vigor de seu jovem organismo. Já o caso de Laís é bem pior. Ela perdeu em definitivo os movimentos dos braços e pernas aos 25 anos, e passará o resto da vida dependente de cuidados que exigem dinheiro. Num país de absurdos como o Brasil, ela terá que lutar para ter estes recursos, pois quem a colocou no esqui agora não quer fazer a sua parte para ajudá-la, quando deveriam pagar uma pensão vitalícia à atleta.
Não há como não pensar no Michael Schumacher, também. Ele amealhou uma fortuna no automobilismo e, agora, boa parte dela será gasta com o seu tratamento. A possibilidade dele não voltar do coma é grande.
Vivamos o hoje, e mão nos prendamos a questões pequenas e a pessoas negativas. A vida pode passar rapidamente e guardar para nós mudanças drásticas.
Reflexão sobre relacionamentos afetivos, uma lacuna
Reflexão sobre relacionamentos afetivos, uma lacuna
Foi um domingo feio, chuvoso e sombrio, o segundo do outono. Indicativo de que, depois de um verão escaldante que parecia interminável, tudo muda. A estação, definitivamente, não é mais a mesma. Mas os relacionamentos afetivos de Tamara, sim. A lembrança de seus fracassos volta e meia vem à tona. Relacionamentos afetivos são uma lacuna em sua vida. Segundo um psiquiatra e psicoterapeuta conhecido, com programa de rádio e publicações nas redes sociais lidas diariamente por Tamara, as relações afetivas se tratam de um dos pilares da felicidade humana nesta vida, juntamente com a sensação de triunfo profissional. Então ela será sempre perneta, sempre cinquenta por cento, de acordo com este raciocínio. Ainda segundo o mesmo profissional, é válido sacrificar, sob certas condições, o lado profissional em prol do amor, quando ele é encontrado. Hoje, com a maturidade, Tamara compreendo melhor este ponto de vista, pois é difícil encontrar alguém especial e com quem nos entrosemos. Antes, Tamara não admitiria, em circunstancia alguma, abandonar o trabalho para viver um grande amor, por exemplo. Hoje, sofredora na carne das dificuldades de encontrar um par ideal, admitiria sob certas condições esta hipótese. Seria fundamental ter perspectivas de retorno ao mercado de trabalho.
Ao mesmo tempo em que mudou o seu ponto de vista, Tamara percebe que nunca teve a disposição para trabalhar em prol de encontrar um grande amor, pois nunca acreditou em que o encontraria. Imediatamente ela se reporta à sua ojeriza a cerimônias de casamento na infância. "Então, colho o que planto", conclui Tamara. Daí a sua aparente tranquilidade relativamente à solidão. Mas esta tranquilidade é apenas aparente, pois sente uma lacuna, se considera fracassada em termos de expectativa social, e tem medo da solidão no futuro; enfim, sofre intimamente.
E vem a tona mais considerações sobre afetividade. Elas vêm soltas, como fragmentos de um prédio em ruínas.
A respeito da noção transmitida pelo psiquiatra e psicoterapeuta de que a felicidade para a maioria das pessoas passa pelo sucesso profissional e por um par amoroso, esta noção ainda reforça a ideia de que somente somos felizes em pares. Quem, como Tamara, não tem um parceiro, estaria cinquenta por cento incompleta. Ela conclui que o que mais lhe entristece é não ter conseguido dar conta desta exigência social. Pois, a rigor, não precisa de um homem para se sentir feliz e completa. Ela consegue fazer muita coisa sozinha, gosta de lazeres solitários, está acostumada a ser solitária, até mesmo por ser filha única. Acha que o grande aprendizado seu nesta vida é aprender a ser só. Talvez em outras vidas ela tenha tido muitas companhias e tenha perdido um pouco da noção de convívio consigo mesma. Pode ser que um ranço desta condição em vidas anteriores esteja no fato de gostar de ver gente e de estar com gente também. Tamara só não pratica mais isto por causa da violência e dos perigos das multidões. No auge do verão, ela adorou, por exemplo, o movimento de gente no Arpoador e em Ipanema nas duas vezes em que lá estive para ver o por do sol.
Á mesma época em que foi curtir o por do sol em meio à galera do verão efervescente, coincidentemente, viu parcialmente a reprise de uma entrevista televisiva em que uma famosa atriz de novelas afirmava não precisar de um homem para ser feliz e nem se sentir completa, e que ela pensava em adotar uma criança. É verdade que a entrevista era antiga: fazia parte do pacote de reprises de programas durante as férias da apresentadora. A atriz já mudara este ponto de vista, pois está atualmente com outro namorado. As celebridades fazem este tipo de declaração entre um e outro romance, pois sempre tem alguém. Por quê para elas é tão fácil e para Tamara e outras mulheres "comuns" é tão difícil? Tamara já estaria talvez no terceiro casamento, caso fosse atriz!
E, à mesma época da visão do por do sol, houve a morte do cinegrafista da Band durante uma manifestação no Centro do Rio. Uma das coisas que mais impressionaram Tamara neste triste episodio foram circunstancias da vida particular do falecido. Ele, aos 19 anos, se uniu a uma mulher 16 anos mais velha, com três filhos, teve uma filha com ela e viveram juntos estes anos todos, cerca de 30, até serem separados por uma tragédia. Isto prova que relacionamentos assim, com grande diferença de idade, podem dar certo. E prova que deveria haver um grande amor entre ele e sua mulher, e também confirma que, apesar da pouca idade quando conheceu a mulher, ele era uma pessoa altamente responsável, diferente da maioria dos homens, que não querem assumir uma mulher com três filhos de outra(s) união(ôes). A conclusão de Tamara é a de que as índoles de responsabilidade e caráter já vêm semeadas na pessoa, sendo apenas moldados pela educação.
Fim das reflexões sobre afetividade em um domingo feio. É hora de espairecer!
segunda-feira, 17 de março de 2014
Búzios
Búzios continua maravilhosa, apesar de contratempos como a poluição da praia da Tartaruga uma semana antes do Carnaval. Não me abalou tanto porque eu não gosto desta praia. Somente fui nela por duas vezes, e não gostei das pedras. Não aprecio andar em pedras. Praias como Geribá, badaladíssima e ampla, Azeda e João Fernandes, bem menores, com maré que sobe à tarde e diminui a faixa de areia, compensam a ida para o balneário. Geribá tem águas frias e mais movimentadas, ao passo que Azeda e João Fernandes possuem águas mais calmas e com temperatura fria na medida certa, ótima para refrescar. Não há como não compará-las com as praias do Rio, em que o mar é frequentemente gelado e agressivo, batendo e puxando horrores.
Búzios está misturada, assim como o estão todos os lugares, praticamente. Não sei se são as classes humildes, encorajadas pela política dominante, que reuniram condições de frequentar muitos locais antes tidos como de elite, ou se é o nível do país que caiu como um todo. Confesso que me assustei com a multidão que invadiu determinado bloco na segunda-feira de Carnaval. Parecia um bloco do Rio melhorado por ser melhor, mas equiparado em nível de gente bagunceira.
Ferradurinha, pequena praia que foi outrora um recanto lindo e sossegado, se tratou de uma decepção. Como se já não bastasse estar loteada pelos camelôs que nos querem forçar a alugar cadeiras e barracas, agora também se encontra tomada por caiaques e stand up paddles que tiram o sossego de quem deseja boiar. Até entendo que é altíssima temporada e todo mundo quer faturar, mas há exageros. Para quem não pratica esporte aquático algum, como eu, a decepção é grande.
Conforme eu esperava, São Pedro deu uma sacaneada em alguns dias, privando-nos do sol que imperou por praticamente sessenta dias desde o início de 2014. Chega março, e com ele vêm as inevitáveis chuvas. Mas não foi nada que estragasse o passeio. Sair do Rio por alguns períodos e descansar é sempre bom para o corpo e a alma. Búzios me deixou renovada para voltar a encarar a rotina.
domingo, 19 de janeiro de 2014
Rolezinhos - primeiras impressões
Atualmente, é preciso tomar cuidado ainda com os tais rolezinhos, a nova onda de baderna dentro dos shoppings. Independentemente de serem um movimento pacífico, com uma boa pitada de agitação adolescente, o fato é que baderneiros podem se aproveitar do movimento, que tem a agravante de acontecer em um local fechado e com poucas áreas de escape. Os black blocs estão aí para isto, mesmo. Por conta disto, não quero estar em shopping algum num momento em que algum rolezinho acontecer. Hoje, ocorreu um no Plaza Shopping, e cedo, por volta de uma e meia da tarde. O shopping Leblon nem vai abrir no domingo, 19, por conta do rolezinho marcado. Não sei quem inventa estas coisas! Eita período estranho da civilização!!
Amores Roubados
Na sexta-feira, 17 de janeiro, assisti ao último capítulo de Amores Roubados, série que chamou a atenção pelo teor sexual, já que falava da paixão e de suas consequências, e pelos rumores de que um caso entre o Cauã Reymond e a Isis Valverde durante as gravações tenha causado a separação dele da Grazi Massafera. Ou seja: fatores externos da movimentada vida particular comum aos artistas interferiram no sucesso da minissérie, o que, a rigor, foi uma injustiça para com o esforço dos atores. Independentemente disto, a série foi muito boa. Mas acabou deixando algumas indefinições, alguns vácuos. Mas isto é comum na dramaturgia visual, qual seja, na TV e no cinema. Nossa imaginação é que tem que voar. A série não queimou a carreira do Cauã, como se comentava antes do seu início, devido ao escândalo. Pelo contrário: consagrou-o de vez como um dos grandes atores de sua geração.
A série também serviu para me fazer mais feliz ainda pelo fato de ser urbana e de viver na cidade grande. Imaginei-me muito infeliz vivendo no interior, mesmo sendo rica, mas subjugada por um marido chato. Ambos os maridos, o Murilo Benício (o da Patrícia Pillar) e o Osmar Prado (o da Dira Paes, outra atriz que se destacou muito) eram chatos, cada um do seu jeito. Vivo no lugar certo e do jeito certo para mim!
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