domingo, 30 de setembro de 2012

Férias 2012

Final de férias é sempre melancólico, pois dá certa depressão voltar ao trabalho monótono e à rotina estressante e de corre-corre. Mas não há alternativa; o jeito é encarar e não achar que o trabalho pode nos dar mais do que aquilo que ele pode nos oferecer: o salário. Prazer, satisfação pessoal, alegria, se não há lá a gente cata aqui fora, mesmo, nos horários vagos. E neste período de descanso tive bastante disto. Não dá para reclamar destas férias, muitíssimo bem aproveitadas. Nove dos vinte dias foram passados na metrópole capitalista mundial, Nova York. Foi uma viagem maravilhosa e que nos faz ansiar pelo retorno. E não foi só pelas compras feitas, e que valeram muito a pena, pois tudo por lá é mais barato e de melhor qualidade. Parece que até as coisas chinesas de lá são melhores do que as daqui. Há aspectos negativos, sem dúvida. Um deles é o de que o povo fuma demais, na contramão do desincentivo ao fumo que é marcante na sociedade atual. Nem em Londres as pessoas estão fumando tanto! Outro ponto negativo é a alimentação, sem dúvida. A alimentação também é ruim, no cômputo geral. Tirando restaurantes excelentes, como o Bubba Gump com seus camarões graúdos e crocantes deliciosos, o Ruby Tuesday e o Carmine´s, a alimentação é sem gosto e com muita coisa industrializada. As pizzas têm massas excessivamente grossas (e olhe que gosto de massa grossa!), come-se muito sanduiche e cachorro quente (as salsichas e linguiças são bem saborosas). As verduras e legumes, vendidas no esquema industrializado, empacotadas, são sem gosto. O café com leite é horroroso, mas o iogurte se salva. Não é a toa que se vê por lá muita gente obesa, inclusive jovens. O povo parece trabalhar bastante, vide mercados arrumados e sacolas de plástico penduradas e prontas para uso. As lojas são lavadas durante a madrugada, e as obras de rua tambem rolam neste horário (diferentemente daqui, em que abrem um buraco numa rua de trânsito pesado às oito da manhã, ou arrumam uma poda de árvores às nove da manhã). As mulheres que se dispõem a serem peruas o são de verdade. Vi coisas inacreditáveis por lá, e que passam batidas, como uma mulher andando de skate com saltos altos. As peruas brasileiras são mui comportadas perante as nova-iorquinas. Em NY uma mulher anda cheia de paetês durante o dia, há negras de longos apliques de cabelos, roupas de brilho e maquilagem escandalosa. Uma delas usava unhas postiças com um aplique de flor em 3D em uma das unhas. Por aqui, uma criatura destas chamaria a atenção, provocaria comentários, risadas. Lá parece que a pessoa anda como quer e não é notada por isto. Os homens são mais bonitos do que o esperado, inclusive os policiais. O povo norte-americano aparentemente não se preocupa muito com a questão da poluição do meio ambiente pelo lixo de banheiro. Lá se joga o papel higiênico no vaso mesmo, tal qual era feito por aqui antigamente. As pessoas gostam de carros grandes, que são a regra. As farmácias são fartas em produtos, uma verdadeira tentação, assim como as lojas de tecnologia e de roupas. Lá o respeito ao consumidor é muito maior do que no Brasil. Devolve-se o dinheiro sem maiores questionamentos, coisa que nunca ocorre em terras tupiniquins. Aqui, ao irmos trocar um artigo, se não encontrarmos um idêntico, somos obrigados a trazer outro(s) que às vezes não nos interessa(m) tanto, tendo até que pagar a diferença para não ficarmos no prejuízo. Chamou a atenção ver uma pessoa dormindo na porta de uma igreja e, que, portanto, parecia ser moradora de rua, com um DVD portátil assistindo a um filme. Será que no Primeiro Mundo até o mendigo é mais chique? E a educação do povo mostra o quanto o Brasil ainda tem a evoluir neste aspecto. Ouve-se muito "excuse-me" e "sorry". No Brasil, a gente leva trancos pelas ruas afora, tem os pés pisados e é ultrapassado na entrada da condução e ninguém pede desculpas. E, caso queiramos tirar satisfações, ainda nos arriscamos até a levar um tiro! Outro exemplo do abismo que separa a educação média do brasileiro daquela do habitante do Primeiro Mundo foi o fato de um homem próximo a mim acenar para um táxi e, ao vê-lo parando perto de mim, perguntar se eu iria tomar o táxi. Caso tivesse respondido afirmativamente, com certeza o sujeito abriria mão do táxi por mim, numa demonstração de respeito inexistente no Brasil. Quando poderia imaginar que passaria por uma situação destas? NY é mesmo um melting pot, repleto de culturas diferentes. Há brasileiros, negros a caráter, vestidos tal qual africanos, judeus também trajados a caráter (a loja B&H, maravilhosa e organizada em sua automação, é repleta deles), indianos, orientais (estes encontram-se espalhados pelo mundo afora). Os cães e as crianças parecem mais calmos nos EUA. Não ouvi um latido de cachorro, nem nos encontros entre eles, tão barulhentos aqui no Brasil. Será que são todos adestrados? Viajar é muito bom, pois aumenta nossos horizontes, faz-nos ver que há outras realidades e outros pontos de vista. Neste aspecto, viajar para os EUA foi muito enriquecedor. Já estou pensando na volta!

domingo, 2 de setembro de 2012

Retrocesso

O mês de agosto terminou, e não consegui falar sobre diversos assuntos, principalmente o da ladra que foi morta durante um assalto ao restaurante que frequentei com assiduidade enquanto meu pai esteve internado há dois anos. Trata-se de falta de tempo e de organização de minha parte, mas setembro chegou, e promete: férias e viagem a NY a caminho! Há num assunto que urge nesta época de campanha eleitoral com candidatos hilários e outros tantos evangélicos. Vivemos uma época de retrocesso em vários setores, começando pelo avanço gradual das igrejas neopentecostais. Basta ver a volúpia com que eles lançam representantes nas eleições para concluirmos que eles querem dominar a política e daí para imporem suas idéias será um plus lógico. Quando a sociedade "pensante" acordar já será tarde e viveremos a ditadura dos evangélicos, com sua moral altamente castradora e sua intolerância. Talvez venham a ser no Brasil o que os islâmicos são para o mundo. O retrocesso se estende à música, também, com a fixação da música de massa contemporânea em um ritmo apropriado a mentalmente prejudicados em geral. É, tudo indica que o mundo precisa de fato começar a ser remodelado a partir do próximo dia 21 de dezembro. Estou até quase torcendo para que algo aconteça nesta data; não uma tragédia, mas um abalo nas coisas como elas estão, com o objetivo de dar uma sacudida na humanidade.