sábado, 5 de abril de 2014

Até mais, José Wilker!

Passei o dia entristecida com a morte do José Wilker. A morte é sempre algo que nos abala. Uma morte repentina e totalmente inesperada como a dele nos choca profundamente. Por mais que tentemos nos consolar com pensamentos do tipo: "não sofreu", ou "era a hora dele", ou "a vida tem os seus mistérios", o consolo só vem depois de algum tempo, pois de início o inconformismo nos domina. Nesta era de celebridades descartáveis, de gente às vezes até bonita, mas sem conteúdo, de gente que só visa o lado financeiro e lucros pessoais a QUALQUER preço, uma pessoa como o José Wilker fará muita falta. Sua partida precoce, aos 66 anos, reforça mais uma vez a impressão de que este planeta é, de fato, um planeta de expiação, de onde muita gente legal parte cedo, e onde muita gente que não presta fica por aqui até uma faixa de idade muito elevada. José Wilker era polivalente, uma pessoa culta e com uma habilidade enorme de se expressar. Era cínico, bem humorado e transitava por todas as áreas: teatro, cinema, direção. Era popularíssimo, entendia de cinema como poucos. Mas, segundo seu colega e amigo Paulo Betti, fumava e bebia muito, quando se dispunha a praticar estes maus hábitos, e decerto o cigarro em excesso foi um dos desencadeadores do enfarte fulminante que sofreu enquanto dormia nesta madrugada. Triste! A morte deste artista igualmente nos mostra mais uma vez aquilo que freqüentemente não queremos enxergar: não sabemos até quando estaremos por aqui. Temos que aproveitar o máximo, dentro das nossas possibilidades e respeitando nossas limitações, não deixando para amanhã o que podemos fazer hoje, pois poderá não haver amanhã. Se queremos e podermos fazer, se estamos dispostos a encarar as nossas limitações, então, que façamos logo. Descanse em paz, José Wilker. Seu exemplo não será esquecido por ninguém que tenha acompanhado a sua trajetória nesta esfera.

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