Ana se vê em depressão pré-retorno à labuta, em pleno sábado. Pensar em voltar ao trabalho a deixa ansiosa, angustiada, até. É porque o trabalho é chato, monótono, as pessoas são pesadas e contaminam o clima. Mas Ana sente que o motivo dominante para o que ela sente ainda é a ilusão de que o trabalho a realizará plenamente. O trabalho deve ser encarado como fonte de sobrevivência, por propiciar a remuneração da qual ela precisa para se manter e fazer jus à independência que é tão cara nos dias de hoje. Ana acabou de comprar apartamento, e a importância do trabalho adquiriu uma dimensão maior, pois agora ela terá uma dívida a pagar por um bom período. A realização pessoal deverá ser buscada fora do contexto do trabalho, fora da politicagem que lá reina, fora das limitações, do subaproveitamento de pessoal. A questão é que os vinte dias de férias passaram rapidamente, e mais alguns dias de ócio cairiam muito bem.
Com relação aos colegas, o importante é Ana não se envolver, não se deixar contaminar e ficar na sua.
Nos piores momentos de sua deprê, Ana lembra-se de que há muita gente querendo o trabalho que ela conquistou com muito esforço, através de estudos intensos para fazer concurso público. Isto a faz observar que ela tem que dar valor ao trabalho e voltar à labuta descansada e revigorada, pronta para o que vier.
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