sexta-feira, 22 de maio de 2009

Justiça pelas próprias mãos

Observa-se, nos últimos dias, um aumento no noticiário referente a pessoas que reagem por conta própria a ladrões. A última notícia diz respeito a um assaltante de ônibus que foi dominado pelos passageiros no Jardim Botânico, por terem percebido que ele portava uma arma de brinquedo. A mídia logo ressalta o erro nesta conduta, afirmando ser sempre melhor não reagir. Esta ideia passada pelos meios de comunicação é evidente, pois não se pode conceber que eles incentivem as pessoas a fazer justiça pelas próprias mãos. Todavia, uma reflexão faz-se necessária. Um dos entrevistados pela TV disse que, não havendo reação das pessoas, o máximo que pode acontecer é a perda de bens materiais, enquanto que a reação pode ensejar a perda de vidas humanas. Só que as pessoas lutam muito para obter seus bens materiais, trabalham demais, e a vida está cara. Dói perder os bens também, mesmo não podendo estes ser comparados à vida. Este tipo de fala passa algo do gênero: se for roubado, é só comprar outro. Mas a pessoa viverá sempre assim, comprando as coisas e vendo-as serem levadas por bandidos? A revolta maior, e aparentemente é isto que está levando as pessoas a reagirem por conta própria aos ladrões, é contra as sensações de insegurança e de impunidade. As pessoas não confiam na polícia, nas leis e na justiça, sabem que os bandidos irão continuar atuando e vitimando cada vez mais pessoas. Sem endossar a realização de justiça pelas próprias mãos, é perfeitamente compreensível que as pessoas estejam seguindo esta conduta com uma frequência cada vez maior.

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