A TV exibiu na sexta-feira, 15 de maio, uma passeata inédita: a chamada passeata dos encalhados, composta por pessoas que estão sozinhas e que sentem dificuldade em arrumar namorado(a). É reflexo da aproximação do dia dos namorados, quando começa o bombardeio midiático a respeito da data e de comprar presentes para a pessoa que é o amor de nossas vidas. Neste período, é como se um despertador tocasse para as pessoas que estão solitárias, revelando a elas a precariedade de sua situação e a necessidade de arrumar alguém com urgência, mesmo que seja apenas para passar o dia dos namorados acompanhado(a). A maioria dos participantes da passeata era do sexo feminino, mas havia alguns homens também reclamando que não há meninas interessantes e que elas estão chatas, mostrando que, embora a dificuldade para arrumar alguém seja maior para as mulheres, ela se aplica também a alguns homens. Isto mostra o quanto a coisa está feia neste campo de relacionamentos. Serve para desfazer a impressão de que é um problema particular de quem está só, e não uma questão da sociedade contemporânea, que atinge a muita gente. Até gente mais velha, dizendo-se virgem, inclusive, e na condição de jamais ter tido um namorado, marcou presença na passeata. Isto mostra que nem tais pessoas estão resignadas à solidão. Há aqueles que se julgam fracos na paquera, por acreditarem ser tímidos e incapazes de executar as abordagens agressivas de outras pessoas.
Aparentemente, no Rio de Janeiro de hoje faltam opções. Onde encontrar homens interessantes? A impressão que todas as mulheres solteiras registram é a de que os homens interessantes sempre têm alguém. O suposto aumento do número de gays também é mencionado como um complicador para a questão.
Uma psicóloga foi bem enfática na TV: atualmente, as pessoas privilegiam a carreira, e somente depois de estabelecidas nesta área, um relacionamento pode ou não pintar. Ela respondeu isto a partir de uma indagação de uma mãe que, aos 25 anos, já era casada e mãe de três filhos e que vê sua filha da mesma idade encalhada. A filha até agora privilegiou a carreira, e somente há pouco tempo tocou o sinal de alerta no sentido de arrumar um namorado. Está a garota encarando as dificuldades contemporâneas neste terreno, numa época inteiramente diferente daquela da mãe dela. A crueza da psicóloga pode até ser chocante, mas talvez ela tenha sido tão somente realista. Estamos vivendo um novo tempo no tocante aos relacionamentos. O mais importante é não se sentir diminuído(a) por não ter um(a) parceiro(a), buscando a felicidade por si próprio(a), pois jamais devemos ver no outro o fator decisivo para estarmos ou não felizes. Utilizando as palavras da psicóloga: o relacionamento poderá ou não pintar em nossas vidas, mas não devemos nunca deixar de buscar a felicidade, nem deixar de identificá-la em momentos do nosso dia a dia. Precisamos nos empenhar no sentido de aumentar nossos momentos de felicidade, independente de termos um(a) parceiro(a).
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