sábado, 28 de junho de 2014
Modas da Copa 2014
Esta Copa está inventando moda demais. São muitos cortes moicanos (que já deram o que tinham que dar, na minha opinião, e poderiam ter sido substituídos por alguma moda nova), chutarias coloridas, tatuagens, camisetas tecnológicas e coladinhas aos corpos bem torneados dos atletas, para o deleite feminino. Pena que a maioria das seleções africanas já foi eliminada da Copa, pois os atletas negros mostraram físicos invejáveis.
Suarez 02
Que decepção a atitude do Suarez de morder um jogador italiano! Como pode ele, de um jogo para outro, se estragar tanto? O pior de tudo foi o fato dele ter considerado uma atitude normal. E não foi a primeira vez que ele deu uma de cão raivoso, mas sim a terceira. Não havia como ele não ser punido. Caso contrário, a FIFA permitiria que outros atletas tomassem a mesma atitude. E a punição veio, e foi até severa demais: nove jogos oficiais fora, e quatro meses banido do futebol. Certamente a reincidência, no caso a “tri-incidëncia”, pesou muito nesta punição. Suarez deveria aproveitar este tempo livre para se tratar, pois não e normal uma pessoa que ache normal morder os outros. Ele pode ter tido uma vida muito difícil que o levou a incorporar esta atitude defensiva, mas precisa absorver que ascendeu, é um atleta conhecido, e morder as pessoas não é uma atitude normal de um ser humano, menos ainda de alguém como ele que é atualmente uma pessoa pública.
Torço por sua recuperação, e para que ele tire lições importantes deste episódio.
sexta-feira, 20 de junho de 2014
A Superação de Luis Suarez
Emocionantes as histórias do atleta Luis Suarez e de seu preparador físico para esta Copa do Mundo. O atleta Suarez precisou se submeter a uma artroscopia às vésperas do início da competição, no final da temporada europeia. O seu tempo de recuperação seria de sessenta dias, o que o deixaria de fora do torneio. Mas ele conseguiu voltar a jogar em menos de trinta dias, e, ainda por cima, fez os dois gols necessários para que a seleção do Uruguai conquistasse a vitória no jogo de ontem contra a Inglaterra. Isto explica porque ele chorou após cada gol, e também o porquê dele ter chorado ao final do jogo e ter sido tão festejado pelos colegas. Mas ele creditou a maior parte da responsabilidade pela sua rápida recuperação ao trabalho de seu preparador físico, que, por sua vez, luta contra um câncer, mas não gosta de falar muito a respeito. O preparador chegou a receber recomendações médicas de não vir ao Brasil trabalhar na Copa, mas as ignorou, principalmente por desejar ajudar na recuperação do Suarez. E tudo deu certo para ele também! Sao histórias bonitas, numa era de tantas tramas ruins e trágicas, e que servem para nos trazer alívio, nos fazer sentir bem, nos fazer recuperar a fé na humanidade.
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Mediocridade da cultura brasileira atual
Segundo uma teoria com a qual concordo, as vaias dirigidas à Presidente Dilma Rousseff, entremeadas com palavrões, foram desrespeitosas com o cargo que ela ocupa e com o evento de repercussão mundial em que aconteceram (a abertura da Copa do Mundo). Nem sou partidária dela, mas concordo com isto. Seria contra este tipo de tratamento a qualquer um que estivesse no lugar da Dilma. Os palavrões são uma amostra da boçalidade que inunda a cultura brasileira contemporânea. Seja entre os mais jovens ou os mais velhos, entre homens e mulheres, entre pessoas cultas e iletrados, o palavrão se tornou uma banalidade. É este o nível de nossa sociedade atual.
Outro reflexo do baixo nível de nossa sociedade foi por mim vislumbrado ontem. Há muito tempo não sintonizava o programa da Luciana Gimenez, e ontem passei pela Rede TV e decidi reviver experiências há algum tempo não vividas. O assunto em debate eram as Marias Chuteiras. A entrevistada principal da noite era a Patrícia Jordane, capa da "Playboy" mais recente e que diz ter tido um caso com o Neymar. O jogador nega, e cogita processar a revista. A promessa era a Patrícia fazer revelações sobre Neymar. Havia outras entrevistadas, e a única por mim conhecida era a Renata Frisson, mais conhecida como Mulher Melão. Ela teve que ouvir de um dos debatedores que teve que sair da Barra e voltar a morar na Vila Valqueire por um período devido ao fato de um jogador de futebol ter parado de sustentá-la.
E surgiu a tal da Dani Sperle, com dicas para quem deseja se tornar uma Maria Chuteira. A primeira delas era a de cuidar bem dos cabelos e das unhas. A outra, inevitável era: usar roupas bem provocantes. Mais uma: saber quais boates e pagodes os jogadores alvos frequentam, e tratar de ir para lá. Outra: não falar de futebol com os jogadores. Falar de cinema, teatro, alguma festa que esteja rolando, mas de futebol, nunca. Não esquecer de obter o What's App do jogador, para manter contato, e nem de tirar foto com ele para mostrar para as amigas e provar que esteve com o dito cujo.
Foi baixo nível demais para mim. Tratei de desligar a TV e de pegar um livro antes de ir dormir. Melhor recordar um pouquinho de NY lendo "O Guia de NY", do Pedro Andrade, do que entupir-me de cultura inútil.
Reflexões interessantes sobre a solidão
Segundo o sociólogo alemão Norbert Elias, as pessoas preferem ficar sozinhas porque se sentem cada vez com menos coisas em comum com as demais. O sentimento de ter que se unir para superar as adversidades foi superado pelo tempo e pelas sucessivas invenções que individualizaram os outrora membros de grupos. As pessoas se tornaram muito diferentes e a sociedade passou a ser vista como uma massa que nos reprime e não nos compreende. Tendemos a nos ver como uma coisa separada, existindo sem relação com outras pessoas. Achamos que nós tornamos tão únicos que ninguém nos entenderá. Esta é uma sensação recorrente na vida de Eliana, e ela agora percebe que possui um fundamento teórico.
Estar sozinho não significa viver isolado, e sim ter o seu ponto de aconchego, o seu espaço de conforto, individuação e independência. Quando desejamos estar com os amigos ou um parceiro afetivo, podemos procurá-los. Quando desejamos circular, ver e sermos vistos, é só circular por aí.
Mas, para se dar bem sozinho, é necessário gostar da própria companhia, que é a única com que poderemos contar por toda a vida. Por incrível que possa parecer, há muita gente que não gosta da sua própria companhia.
Mas, para se dar bem sozinho, é necessário gostar da própria companhia, que é a única com que poderemos contar por toda a vida. Por incrível que possa parecer, há muita gente que não gosta da sua própria companhia.
quinta-feira, 12 de junho de 2014
Copa do Mundo
E começou a Copa do Mundo. Sou a favor dela, como evento esportivo de monta que é. Não sou partidária destes movimentos anti-Copa. Os problemas do Brasil já existiam antes da Copa. Na verdade, são 514 anos de problemas, desde o Descobrimento. Antes da Copa os trabalhadores já ganhavam mal, a corrupção já grassava no país, a educação e a saúde eram horríveis, a segurança, idem. A Copa não tem culpa destes problemas. Os protestos deveriam ter ocorrido quando o Brasil se candidatou a sediar uma Copa. Qualquer cabeça pensante sabia que o país não reunia condições para tanto. Mas à época todos comemoraram fervorosamente. O país entrou no fogo. Agora, é fazer uma Copa boa, e receber bem os estrangeiros que vêm aqui para assistir aos jogos. É uma questão de compromisso, responsabilidade e imagem. Um fracasso retumbante na organização da Copa e na recepção dos estrangeiros não trará benefício algum ao Brasil. E, uma vez arranhada a imagem, não mais há retorno. Os turistas não voltarão mais aqui, por exemplo. E, durante a Copa, as manifestações serão violentamente reprimidas, isto é fato.
O grande lance é torcer pelo Brasil agora, e deixar os protestos para outubro, na hora de votar.
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