Nesta segunda-feira prestigiei uma atividade cultural, algo que senti oportuno e necessário depois de um dia modorrento de trabalho e alguma atribulação. Segunda é um dia bom, pois os eventos culturais não enchem tanto. Fui ao CCBB para ver a exposição da artista plástica Yayoi Kusama, a maior artista do gênero viva do Japão, nascida em 1929 e que experimentou a efervescência da Pop Art em Nova York entre 1957 e 1973. Portadora de distúrbios psiquiátricos envolvendo obsessões e despersonalização (sei lá o que é isto no âmbito psiquiátrico), em 1973 ela retornou ao Japão e voluntariamente se internou numa clínica psiquiátrica, aonde vive até hoje, ainda produzindo arte. O que mais me chamou a atenção foram os ambientes interativos, como um em que o visitante ganha uma cartela de bolas coloridas autocolantes e pode sair colando-as onde quiser no recinto, inclusive em si mesmo (nesta hipótese, tem que "se limpar" ao sair). Bolas coloridas são uma das obsessões de Yayoi, juntamente com o fálico, o horror ao sexo e à penetração. Há uma sala cheia de pênis de plástico com bolinhas vermelhas. A sala escura com as bolinhas coloridas, que vão mudando de cor de acordo com a iluminação, é bem natalina e bonita. Trata-se de uma exposição que atiça os sentidos e é interessante de ser vista.
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