sexta-feira, 29 de março de 2013

Amor

Hoje, sexta-feira da Paixão, vi um filme que se coadunava com o espirito da data: "Amor", película premiada que propõe uma reflexão sobre os percalços do fim da vida. É comovente sem ser triste, piegas nem sentimental, e este é um dos trunfos do filme. Mostra como o amor incondicional e duradouro de um casal de idosos que vive isolado, sem amigos e com uma relação formal com a filha que mora em outro país, é posto à prova depois que a mulher tem um AVC, passa por uma cirurgia mal sucedida e tem outro AVC, passando a definhar progressivamente até perder a capacidade de movimentar-se, de falar, de interagir com o mundot. O filme discute um tema delicado, difícil e pouco presente no cinema, que é o enfrentamento da velhice, e ainda permite um debate sobre a eutanásia. É válido aceitar a vontade de uma pessoa de escolher o momento de morrer quando a vida se torna insuportável porque a mente está ativa, mas o corpo está decrépito, e que não quer sobreviver a qualquer custo, como fez, por exemplo, o Walmor Chagas, que se suicidou recentemente? É viável matar um ente querido que se encontra numa situação de decadência física e/ou mental inexorável, como fez o marido do filme Amor? Considero tudo isto válido, mas a tenho como complicada a legalização da eutanásia devido à maldade humana. Muitas pessoas poderiam ser mortas sem que estivessem em condições para tal, apenas para fins de tráfico de órgãos ou para outros fins como esvaziamento de leitos. A médica de Curitiba que matava os pacientes na UTI é um exemplo disto. E é mais difícil praticar a eutanásia do que o aborto, pois os hospitais são vigiados, há enfermeiros, médicos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário