Domingo, 28 de novembro, foi o dia da ocupação do Complexo do Alemão. Desde oito da manhã a TV exibiu imagens da entrada das forças das Polícias Militar, Civil e Federal e das Forças Armadas no gigantesco ajuntamento de favelas, operação que teve que ser antecipada por causa dos atos terroristas desta semana. Embora saiba que deve ser encarada somente como o início da ocupação daquele espaço pelo Poder Público, foi emocionante ver os policiais a postos e os equipamentos das Forças Armadas ultrapassando as barreiras postas pelos traficantes. Sem este aparato militar, a ocupação seria muito mais complicada. De fato, trata-se de uma guerra, agora declarada com todas as letras, um verdadeiro “Tropa de Elite 3” ao vivo, como professa uma comunidade do Orkut a que aderi. É o embate que sempre intuí que aconteceria. E deve ser lembrado como o começo de um processo de regresso à população carente destas comunidades retomadas pelo Poder Público. Deverão ser oferecidas educação, saúde, infra-estrutura básica para que estas pessoas possam viver com dignidade, a fim de se sentirem também prestigiadas pelas autoridades. Os moradores das comunidades ocupadas viviam sob um jugo tirânico imposto pelos traficantes e, agora libertas, mostram que já estavam cansadas disto. E os desafios ainda são imensos. Assim como a situação foi num crescendo até chegar ao ápice insuportável que delimitou a encruzilhada entre o domínio do Poder Público ou o dos traficantes, agora deverá haver uma série de outras ocupações a comunidades ainda subjugadas, até a libertação da última delas. Há ainda a questão das milícias, comandadas por policiais, e que também deverão ser combatidas. E o bom foi não ter havido o temido banho de sangue, ainda que alguns bandidos tenham sido presos.
As autoridades estão falando em mais paz para o Rio a partir de agora. Mas há que se lembrar que os bandidos que ainda não foram presos se refugiaram em algum lugar, e a criminalidade pode nestes locais aparecer.
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