terça-feira, 2 de novembro de 2010

ANINHA E SUAS ASPIRAÇÕES PRAGMÁTICAS

Aninha gostaria de ser desinibida que nem a sua amiga de Copacabana, Natália. Talvez desinibida não seja a palavra certa, e sim pragmática. Sim, pois a amiga Natália demonstra uma praticidade e um racionalismo, um controle dos sentimentos que Aninha, apegada a tradições e a sentimentalismos, considera invejável, no bom sentido da palavra, como algo que deveria copiar para si própria por considerar bom.
Aninha comentou com a amiga que o único tipo de criatura masculina que costuma atrair são os homens casados em busca de um passa tempo, de uma “comida fora de casa”. Pois Natália retrucou que não tem pudores em conquistar este tipo de homem, pois se ele está procurando outra mulher é porque se encontra infeliz em seu casamento. Se a mulher o quiser manter, que batalhe para isto, pois manter um marido exige dedicação. Segundo Natália, o mundo de hoje é competitivo e tudo, inclusive os homens, é disputado, daí ela não ter pudor algum em tomar um homem de outra mulher. Aninha recebeu este comentário com admiração pela frieza da amiga, mas com reservas, pois é comum o homem arrumar uma amante mas não sair do casamento, conservando as duas, a “oficial” e a “oficiosa”, pois para o macho é cômodo viver assim. Normalmente é a mulher quem decide pela separação, e para muitas é conveniente permanecer casada, mesmo que com um marido comprovadamente galinha ou com suspeita de o ser. Em resposta, Natália afirmou que a amiga poderia então direcionar a mira para homens compromissados mas não oficialmente, ou seja, homens com namoradas ou noivos.
Aninha relatou sobre o contexto da última cantada que recebeu. Numa festa de trabalho, um colega casado, Pedro, durante uma dança, tentou beijá-la repetidas vezes, dando-lhe um trabalho enorme para se esquivar. Ela avaliou a inconveniência de beijá-lo, pois a fofoca poderia se espalhar, e os beijos não valeriam a dor de cabeça que viria depois. Aninha era uma pessoa discreta, e não gostaria de ouvir seu nome na boca dos inúmeros fofoqueiros de plantão, menos ainda no ambiente de trabalho, sua segunda casa. Surpreendentemente, Pedro não parecia estar bêbado, e somente parou de investir quando Aninha foi bem clara com ele a respeito de não beijá-lo naquela festa. Pois Natália, que já trabalhara com Pedro e, portanto, o conhecia, disse que Pedro é muito pão duro, e não dá para ser amante de um homem com este defeito, já que o homem-amante precisa ser mão aberta, doador de presentes, pagador de despesas para compensar a ausência. Aninha adorou esta praticidade.
Recém-separada, Natália disse que não pode ficar sem sexo, o que lhe faz mal. De fato, para quem sai de um casamento em que existe uma atividade sexual constante, a perspectiva de ficar sem sexo deve ser desesperadora. Arrumou, desta forma, um namorado na academia, apenas para satisfazê-la neste item fundamental. Com ele já fora para a Costa Verde num final de semana romântico. Mas o namorado é muito devagar, e Natália já pensa em substituí-lo por outro mais a contento. Para este fim, faz tratamentos estéticos e dieta, malha, enfim, se cuida para permanecer atraente; afinal, já ultrapassou a fronteira dos quarentinha, idade em ainda é jovem para arrumar alguém, mas, caso deixe de se cuidar, deixa de sê-lo rapidamente. Aninha, tambem malhadora assídua e com um corpo magro, também já adentrada nos quarenta anos, pensa nos garotões atraentes que observa na academia e na possibilidade de sair da seca sexual caso fosse mais fria e atirada a ponto de se chegar a eles. O foco deveria ser a diversão, mas quem sabe um colega de malhação mais próximo a ela em idade poderia se aproximar!
Trata-se de pensamentos, de planos de ação que Aninha cogita em implantar, mas que não sabe se conseguirá, porque implicam em uma mudança de mentalidade, em uma revisão de valores. Contudo, o tempo está passando, a solidão está pesando, e urge um plano de ação para sair desta situação.
Coragem, Aninha!!

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