domingo, 30 de outubro de 2011

Fisiologias

Ana observa sua unha do anular esquerdo prestes a cair e sente um cheiro de coisa putrefata que a enoja. A questão é que sentimos nojo de tudo o que o nosso corpo produz (suor, fezes, urina, sangue), o que é um condicionamento cultural horroroso. Afinal, deveríamos nos orgulhar de tudo o que produzimos, seja no campo fisiológico, seja no campo cultural. Ou, pelo menos, deveríamos encarar numa boa as nossas manifestações fisiológicas, ainda que não nos orgulhássemos delas. Ainda mais porque não podemos lutar contra elas, já que são algo inevitável no dia a dia. Ainda que desejasse arrancar logo a unha avariada, Ana sabe que é preciso respeitar o ritmo do organismo, que é lento num mundo acelerado como este em que vivemos.

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