domingo, 24 de julho de 2011

A morte de Amy Winehouse

Jamais achei que fosse me entristecer quando Amy Winehouse morresse. Parecia um fato tão esperado que, quando acontecesse, seria recebido por mim com uma reação do gênero “até que enfim ela morreu”, “já era esperado” ou “encontrou o que procurou”. No entanto, fiquei triste quando soube do ocorrido. E acho que a tristeza veio do fato de ser mais um talento que se perde. Caso se tratasse de uma cantora “comum”, sem uma voz marcante, talvez o sentimento de perda não fosse tão grande. Sei lá, não é fácil de explicar. Talvez a morte dela me tenha comovido também por derrubar a ilusão de que qualquer viciado conseguirá deixar as drogas de vez. Alguns conseguem a custa de um esforço imenso, mas outros, não. Talvez agora Amy enfim tenha se livrado da escravidão que elas proporcionam.
Defendo a postura de ser mais prudente não experimentar drogas, pois não sabemos como o organismo reagirá a elas, e viver dependendo de qualquer substância que nos levará à morte é contraditório e triste demais. Atualmente, temos a clara noção de que as drogas geralmente provocam dependência e que esta leva à morte, pois prejudica o organismo. Desta forma, caso venha a ter oportunidade de experimentar qualquer droga ilícita, jamais o farei, por justo receio do meu organismo “gostar da coisa” e passar a pedir mais e mais e mais, levando minha vida a girar em torno das drogas.
Percebo a relação entre criatividade e drogas. Geralmente as pessoas mais criativas, notadamente as do meio artístico, são dependentes químicas e melancólicas, pois o mundo lhes é estranho e agressivo e provoca nelas perplexidade e inconformismo. De qualquer forma, mesmo entendendo as razões, acho triste qualquer dependência química, pois prezo a liberdade de, por exemplo, beber o que e quando quiser e parar a qualquer momento, e não ser compelida a beber porque meu corpo exige. Não julgo dependentes químicos e considero de uma insensibilidade enorme fazer piadas a respeito de sua situação por considerá-la triste. Parece que nada “aperta o calo” de quem zomba de um dependente químico, e sabemos que isto é um fingimento muito grande. Cada um sabe das dificuldades da vida e tem que buscar meios para lidar com elas. E alguns, infelizmente, encontram o meio autodestrutivo do álcool, do cigarro e das drogas.

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