Terminou o julgamento-show do ano. O casal Nardoni, que iniciou o julgamento como acusado e terminou como culpado pela morte da menina Isabella Nardoni há dois anos, pegou 31 anos (Alexandre) e 26 anos (Ana Carolina Jatobá) de prisão. Com as reduções, cumprirão aproximadamente 16 e 14 anos de pena. As penas foram adequadas, principalmente a maior para o pai, pois é demais um pai matar a própria filha jogando-a pela janela. Esta menina devia ser uma séria ameaça à continuidade de seu relacionamento com a mulher. E eles permanecem sem confessar o crime, como se houvessem feito um pacto, deixando, inclusive, os filhos sem pai e sem mãe presentes. Alexandre, como um teleguiado sem personalidade, não conseguiu enfrentar a situação a não ser eliminando a ameaça.
Não suporto o show que a mídia faz em casos como este, os pré-julgamentos e tudo o que decorre disto. Do pouco que acompanhei, o que mais me despertou a atenção foi como funciona a cabeça dos assassinos que cometem crimes considerados chocantes. Há uma especialista em estudar isto, a Ilana Casoy. Seria uma atividade que me despertaria muito interesse dentro do Direito, apesar de ser pesada. A Ilana entrevistou gente como a Suzanne Richtofen. Deve ser gente que emana uma negatividade muito grande.
Duas dúvidas permaneceram em minha mente. A primeira diz respeito a como a garota morreu: se da esganadura perpetrada pela madrasta ou da queda, já que foi jogada pelo pai da janela. Preciso ser a respeito para dirimir esta questão, pois parece que as provas técnicas apresentadas no júri elucidaram tudo. A outra dúvida diz respeito à certeza de que não foi algo que aconteceu à toa. A menina Isabella já devia ser maltratada pelo pai e pela madrasta. Crimes como este jamais acontecem do nada. E por quê a mãe ignorou tal fato e permitia que a menina continuasse a frequentar a casa como se nada de errado acontecesse? Ou será que ela era tão aereazinha e somente queria aproveitar os finais de semana, na condição de mãe muito jovem, e deixava rolar? Se isto acontecia, ela também é responsável pelo que aconteceu, pois se omitiu. Acontece que ela foi vitimizada, como todas as mães o são em nossa cultura, e ninguém nunca terá coragem de abordar esta questão. Somente eu!
Nenhum comentário:
Postar um comentário