quinta-feira, 31 de julho de 2014
Perdas literárias de julho
Neste mês de julho que ora finda, o Brasil perdeu dois escritores de monta: João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna. Acompanhei melhor o trabalho do primeiro. Li alguns de seus livros, e gostei deles. De Ariano, na verdade, jamais li obra literária alguma. Surpreendeu-me, porém, como a sua morte foi pranteada no Recife. Concluí que era uma personalidade querida por lá. E tive uma boa impressão dele.
Mas esta boa impressão se esvaneceu com uma entrevista que o Fantástico do último domingo exibiu. Nesta entrevista, feita há aproximadamente quatro anos, Ariano detona Michael Jackson, Madonna e a estátua da Liberdade. Chega à infelicidade de chamar o Michael de "lixo cultural". Era um ultranacionalista, concluí. Trata-se de mais uma figura extremada, e nenhum extremo é bom. Os extremos nos enchem de preconceitos, nos fazem cegos a outras realidades e outras culturas. E, por supostamente representarem trincheiras defensoras de uma (frágil) cultura nacional, são figuras que proliferam em países colonizados como o Brasil. Felizmente não sou assim! Amo ter abertura para conhecer outros modos de ver o mundo.
domingo, 20 de julho de 2014
A Copa do Mundo no Brasil
Já passou uma semana desde o fim da Copa do Mundo no Brasil, e ainda estou saudosa destes dias de eventos. Aproveitei-os do jeito como deu, pois não sei se terei oportunidade de viver outra Copa no Brasil. Adorei o clima mais cosmopolita do que o normal que se instalou em Copacabana, com pessoas das mais variadas partes do mundo presentes, fazendo festa. A diversidade humana é algo fascinante. Fui três vezes ao Fifa Fan Festa, mas o mais interessante foi mesmo andar pelo calçadão. Adorei ver os jogos, embora tenha achado os do Brasil os mais feios, por serem faltosos demais. Agora, entendo que foi o esquema tático adotado que favoreceu esta condição. Conheci a aprendi a admirar o futebol de outras seleções, como o da campeã Alemanha, o da Holanda, o da Costa Rica, o da Colômbia, o do México, dentre outros. Adorei o clima de festa, de alegria. Nem o retumbante fiasco brasileiro me tirou totalmente o ânimo. E nem as poucas perspectivas de mudanças e melhoras no panorama (ainda mais com o Dunga agora de volta ao comando técnico da Seleção) me desanimaram. Agora, é voltar a encarar as chatices da vida cotidiana, ainda mais com eleições à frente, com ânimo renovado.
terça-feira, 8 de julho de 2014
A derrota do Brasil na Copa 2014
O jogo Brasil X Alemanha de hoje foi catastrófico, pois o Brasil perdeu de 7 a 1, e agora só vai disputar o 3o. lugar no sábado. A Alemanha fez a parte dela, mostrou que é uma grande seleção, que joga limpo, que joga sério, que faz valer o dinheiro que os jogadores ganham e que o público pagante deixa para assistir aos jogos. O abalo emocional desta seleção brasileira era muito marcante, e a seleção alemã, ao contrário, estava com a racionalidade em dia. O problema desta derrota é o vexame, devido à paralisia que afetou a seleção brasileira, e que deveria fazer o Brasil passar o futebol a limpo, pois uma das lições desta Copa é a de que não há mais inocentes no futebol. O futebol brasileiro está muito faltoso, feio de ser visto. A Alemanha, por exemplo, é uma equipe que poucas faltas faz. Eles não são frios; são simpáticos, mas focados, centrados em seu objetivo de serem campeões. Correm o agradável risco de serem campeões, e talvez eu até torça por eles neste Copa. A outra chance é a de que eu torça pela Holanda, se passar amanhã. Mas, pela Argentina, jamais. Não dá, mesmo pensando na questão geopolítica de serem latino americanos, mesmo lembrando de que fui duas vezes a Buenos Aires etc e tal. Simplesmente não rola.
domingo, 6 de julho de 2014
O que faz as pessoas seram ladras?
Refleti sobre o que faz as pessoas serem ladras, ainda mais as crianças, depois de uma experiência de quase furto a que assisti no final de semana. É certo que a oportunidade faz o ladrão. É certo, também, que vivemos numa sociedade desigual em que há muita gente pobre e muito apelo ao consumismo, mas também se furta, por exemplo, muito iPhone em Nova Iorque, aonde não há tanta disparidade social e tanta pobreza quanto há aqui no Brasil. E também há ladrões comuns de classe média e até de classe alta. Ou seja: o fato de pertencer a uma classe social desfavorecida não é um fator determinante para que a pessoa roube. Parece que existe uma adrenalina em furtar e/ou roubar que faz bem a certas pessoas que nem precisam disto para ter as coisas. E no Brasil existem os roubos em larga escala, a começar pelos perpetrados pelos homens públicos, que roubam milhões em dinheiro público. Tais roubos são muito piores do que o furto de um iPhone, por exemplo.
A contusão do Neymar na Copa 2014
E veio, nesta Copa, a contusão do Neymar, numa entrada violenta de um jogador colombiano, Zuniga, que deu uma joelhada no brasileiro. Uma vértebra do Neymar foi lesionada, e ele está fora da Copa do Mundo, pois ficará algumas semanas se repouso para consolidar a fratura. A FIFA tem que começar uma campanha para diminuir a violência nos jogos, assim como começou hoje uma campanha contra o racismo no futebol. Só se fala nesta contusão do Neymar e nos prejuízos que ela poderá trazer à seleção brasileira. Ele ficará bom, com certeza, pois está sendo bem tratado, e não terá sequelas, e poderá voltar a jogar futebol. Mas, e a moça que morreu na queda do viaduto em BH? E o homem que morreu no mesmo acidente? E as pessoas que se machucam trabalhando e ficam incapacitadas para o trabalho? Poucos choram por elas, fora parentes e amigos. São as contradições da vida.
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